O móbile, em Montessori
- Mãe Montessori
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- Publicado em: 2020-04-26
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Há, sem dúvida, opções de móbiles muito apelativos no mercado, difíceis de resistir de tão bonitos que são, porém, se nos detivermos sobre a vantagem e utilidade que os mesmos trazem para o bebé, a resposta é simples: pouca ou nenhuma. São itens que apenas embelezam o ambiente e agradam aos olhos dos pais e de quem o visita.
Se queremos oferecer ao nosso bebé um ambiente verdadeiramente enriquecedor, temos que pensar no propósito de tudo o que lhe oferecemos. O móbile, nos primeiros meses, é um elemento que o ajuda na progressão da sua habilidade para explorar visualmente o mundo. O bebé desenvolve, gradualmente, o foco em objetos em movimento, a procura por um objeto em particular e a perceção de cor e profundidade. Este móbile deverá, dessa forma, ser mudado a cada 2/3 semanas para permitir, por um lado, a habituação “àquele” móbile em específico e, por outro, o acompanhamento dessa constante progressão visual.
O primeiro móbile que apresentamos, em Montessori, é o Munari, constituído por formas geométricas brancas e pretas, planas, e por uma esfera transparente onde a luz pode refletir. Deve ser utilizado das 3 às 6 semanas de vida e as duas cores utilizadas são aquelas que o bebé consegue distinguir nesta fase – os dois limites sensoriais que o estimularão a focar a sua atenção ininterruptamente. As formas foram especialmente concebidas para que, primeiro que tudo, o bebé distinga aquelas que são retas e, depois, as que são curvas.
O segundo móbile deverá aparecer entre as 6 e as 8 semanas e é constituído por 3 octaedros, em papel metalizado, com cores primárias.
São agora introduzidas as três dimensões, com cores que permitem uma maior organização mental ao bebé e num material que faz refletir a luz, atraindo a sua atenção. Os octaedros, em particular, constituem uma remota base para futuros entendimentos de aspetos relacionados com proporções geométricas, relações e padrões.
Entre as 7 e as 9 semanas, chega a altura de introduzir uma nova componente que permitirá mais um passo no desenvolvimento visual do bebé: as variações subtis dentro da mesma cor. O móbile Gobbi é constituído por 5 esferas de lã/ linha (ou de esferovite coberto com lã/linha), num degradê, colocadas de forma ascendente, da mais escura para a mais clara.
Segue-se o móbile dos dançarinos, ideal para as semanas 10-12. Este móbile apresenta-se sob a forma de figuras estilizadas, feitas em papel metalizado, que se movem facilmente com qualquer circulação de ar. Uma vez mais, o reflexo que a luz fará sobre o mesmo irá captar a atenção do bebé para estas figuras constituídas por 3 partes independentes – cabeça, braços e pernas – estimulando a sua perceção e habilidade de foco visual dinâmico e em profundidade.
Após as 12 semanas, e porque o bebé começa a ter um propósito e a querer alcançar os objetos com as mãos, podemos colocar uma ou mais argolas de madeira, com um fio elástico, de forma a que possam ser puxadas, colocadas na boca, largadas e alcançadas novamente. Com isto, promovemos a exploração táctil, a concentração, a coordenação motora bem como o início da relação cérebro-mão (uma das grandes bases de toda a experiência sensorial e aquisição de conhecimento por parte do bebé). Estas argolas devem ser bem lisas, de material seguro e com um tamanho que não permita que as mesmas sejam engolidas.
Com isto, terminamos a saga “móbiles” e, gradualmente, começam as rocas a ganhar o papel de destaque no período de desenvolvimento seguinte, em que o conceito de relação cérebro-mão aparece em força.
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Autor: Mãe Montessori
Com formação na área das ciências empresariais e a trabalhar no sector da aviação, foi ao ponderar lançar-me no mundo da maternidade que me deparei com o nome de Maria Montessori. Entre pesquisas e leituras de alguma bibliografia, soube desde logo que era o caminho a seguir. Soubemo-lo, aqui por casa.
Pouco tempo depois, engravidei e, nessa mesma altura, fiz a primeira formação online. Queria preparar-me melhor, agora que o momento estava para breve. O Vicente estava a chegar e decidi fazer uma segunda formação online. Li mais. Criei o blog Mãe Montessori.
Nasceu o Vicente e nasceu uma alma no blog. Eis o momento em que vos convido a conhecerem-no e a percorrerem connosco uma viagem maravilhosa.
O método de Montessori tem feito parte do nosso dia a dia e não nos podíamos sentir mais plenos no nosso papel de pais.
Os mais recentes privilégios foram a participação numa formação presencial, guiada pelo Gabriel Salomão e a certificação de Assistente Montessori dos 0-3 anos, pela AMI, a mais antiga e conceituada associação do mundo, guiada por Mário Montessori, filho de Maria Montessori. Estas formações vieram enriquecer o nosso caminho de uma forma que nem sabíamos ser possível e que tentaremos sempre partilhar com todos os que, tal como nós, valorizam a criança na sua verdadeira essência.
Em Março de 2020 nasceu o Henrique e, também com ele, vamos percorrer o caminho da educação para a paz, um legado que gostaríamos de ver espalhado numa comunidade crescente de pais, mães e educadores.